Oi, meu nome é
Karina, tenho 27 anos, sou bióloga, geneticista e estou no último ano do
doutorado. Contrariando todas as regras do condicionamento social, nasci amiga
dos livros, dos estudos e também das reflexões. E por isso, trago este texto
como breve apresentação de quem sou eu. Sofro de “juventude científica”, estou
adoecida pela necessidade de realizar-me, de querer ir além. O jovem cientista
brasileiro não tem quase nada nessa vida senão os sonhos para o futuro e pela
carreira que nos espera. Na vida científica, fazemos planos de vida e muitas
vezes acreditamos que o sucesso se concentra em um futuro distante e a maioria
dos jovens cientistas (eu me incluo aqui) despertam sintomas de ansiedade desde
cedo por conta disso. Portanto, vou usar este espaço de apresentação do blog
para contar a vocês como consegui fazer que esse sentimento não se tornasse destruidor. Espero contribuir para que nunca se torne a nenhum de nós. Sim jovens, o mundo precisa da gente, e muito! Desafios e
recompensas estão à frente daqueles que escolheram se dedicar à vida acadêmica.
Nós fizemos sim a escolha certa e devemos usufruir desse sentimento de “juventude
científica” na construção de uma boa carreira.
A primeira
pergunta que vem a tona nesse contexto é como fazer que os planos para o futuro
já ofereçam a realização no agora? A resposta está na satisfação de uma rotina
simples, mas feliz. A vida acadêmica nos coloca diante de uma busca constante
por resultados. Devemos ter sempre muito cuidado para não se alienar demais com
a busca de resultados e não perceber o encantamento escondido nos preparos.
Muitas vezes as descobertas estão escondidas no meio do caminho e nem nos damos
conta disso por estar na ânsia de finalizar. O processo nos esconde
oportunidades que os resultados não nos dão: o aprendizado. E nós não podemos
deixar isso passar. O profissional que seremos mais tarde é a somatória do que
vivemos nesse processo de formação e, se soubermos usufruir disso, a vivência
do agora já valeu por si só. Sim, os erros nos ensinam tanto quanto, e ouso dizer
que até mais, que os acertos. Eles nos trazem a persuasão de correr atrás, ir
em busca de soluções e independência em resolver problemas.
Aproveitar os
benefícios do processo de construção nos dá a certeza de que estamos no lugar
certo e fazendo a coisa certa, sentindo-se realizados no contexto das escolhas
feitas. Por muitas vezes, já me deparei com professores que estão cansados
porque se esqueceram de renovar os motivos que os trouxeram até aqui. Em
qualquer lugar no mundo a vida é feita de rotinas, devemos viver dia após dia
aquele prazer que um dia moveram nossas escolhas, não podemos deixar que ela
fique pelo caminho. Alias, acredito que em qualquer âmbito de nossas vidas esse
vai ser um fator recorrente.
Cientistas,
estamos aqui para explicar o mundo! Você percebe a grandeza disso? A ciência é
como uma caixinha preta. Imagine que o seu objeto de pesquisa está dentro dela
e para descobrir o que há dentro, você pode cheirar, carregar, sacudir, observar
o peso, entre outras possibilidades (isso é sua metodologia). Várias hipóteses
serão testadas até que se chegue à conclusão do que há ali dentro de verdade. A
ciência também é feita de hipóteses e isso sempre te levará ao risco de estar
certo ou não. Se você tem certeza de que sua metodologia está bem empregada não
há o que temer (aliás, o bom pesquisador sempre deve ir em busca do
aperfeiçoamento metodológico, principalmente quando se fala de ciência
experimental). O resultado pode ser qualquer possível e caberá a você
explicá-lo. E você terá que se dedicar a isso. Entender dados e explicá-los não
é uma tarefa fácil, exige muito estudo. Ás vezes exige pausas também; ideias
fixas podem ser perigosas em qualquer contexto, então é necessário parar de vez
em quando, viajar, sair com os amigos, sentar num barzinho, bater um papo e
tomar uma cerveja. Corpo e mente precisam de cuidados diários. Mentes arejadas
pensam com muito mais liberdade. Um “momento eureca” pode vir a qualquer hora
do dia e em qualquer circunstância.
Depois disso, o amor pelo que faz te trará de volta ao trabalho. Se você
ama ciência, um trabalho duro e dedicado nunca resultará em sacrifício.
A percepção
disso torna a nós cientistas muito intensos nas escolhas feitas. E é por isso
também que não podemos deixar perder de vista um cuidado essencial que devemos
ter nessa profissão: não deixar que a vaidade nos tome conta (isso também vale
para a vida profissional e pessoal). Estamos aqui para servir pessoas e não
satisfazer o ego de nossas realizações pessoais.
A razão deste
blog é uma tentativa de popularização da ciência. Em outras palavras, vou
usá-lo como veículo para exposição de assuntos científicos numa linguagem mais
acessível para aqueles que têm curiosidade sobre ciência (Veja o primeiro
texto: Telômeros: o relógio molecular do envelhecimento). Nós cientistas, almejamos que nossos
resultados possam ser vistos em revistas de circulação internacional de alto
impacto para a comunidade científica. Não estou julgando a importância disso
(eu também luto para que meus artigos estejam lá), mas confesso que me falta um
espaço a ser preenchido. Sinto falta que esse conhecimento possa chegar àquelas
pessoas que estão ao nosso lado, uma vez que a maior parte dessas revistas são
pagas, e mesmo que todos tivessem acesso, a linguagem seria quase que
incompreensível para a maioria da população. Essa iniciativa é também uma realização na tentativa de ver os frutos da minha escolha profissional já no momento presente: espero contribuir desde já neste trajeto enquanto cientista. Nessa
profissão eu sou feliz por escolha!
Olá, Karina!
ResponderExcluirGostaria de parabenizá-la pela excelente iniciativa. Acho muito legal quando cientistas como você se preocupam em dar um retorno à sociedade. A ideia de popularização da ciência a partir da simplificação da linguagem científica é genial! visto que muitas vezes a falta de conhecimento por uma parte da população não significa desinteresse por assuntos científicos, mas pela linguagem técnica "carregada" presente em artigos e outros meios de divulgação.
Karina, mostrei pra Jussara e ela te mandou essa mensagem:
ResponderExcluir"Parabéns, Karina!
É muito bom ler o relato de uma jovem que não se perdeu nas angústias de uma pós-graduação e tem como objetivos simplificar, traduzindo as descobertas científicas para pessoas leigas. Essa é a nova ordem do plano nacional de pós-graduação nos próximos 20 anos e você já saiu na frente, o que mostra que não precisa seguir ninguém, já estás madura o suficiente para trilhar seu próprio caminho.
Parabéns!"
Parabéns querida pela iniciativa! belas palavras e sentimentos! Grande abraço!
ResponderExcluirParabéns, sou grato a Deus por estar em uma caminhada de fé ao seu lado Karina, "que seus sonhos possam ir muito mas além que seus pés pisarem".
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